23 de junho de 2011

Trajetória do Santos na conquista da Libertadores 2011






Era o dia 06 de abril de 2011. Eu saí de casa com a minha camisa com o número 62, em homenagem ao primeiro título da Libertadores e Mundial do Santos. Apesar de ainda acreditar na classificação, mal eu sabia o que ainda iria acontecer. Afinal, o Santos só havia feito dois pontos em três partidas, e via os seus concorrentes diretos dispararem rumo à classificação (Cerro e Colo Colo, com seis e quatro pontos de vantagem, respectivamente). A imprensa abandonou o time, e elegeu Cruzeiro (considerado então o "Barcelona das Américas") e o Internacional (atual campeão) como favoritos, e já davam o Santos como "carta fora do baralho". Apesar de quase todos abandonarem o time, a torcida não o fez. Com a Vila Belmiro lotada, os jogadores do Peixe adquiriram enfim o tal "espírito de Libertadores" e não perdoaram o bom time do Colo Colo: O Santos chegou a abrir uma ótima vantagem de 3x0, mas com o rigor excessivo do árbitro, que expulsou Neymar, após a comemoração com a máscara, e que ainda teve os cartões vermelhos para Zé Eduardo e Elano, o jogo terminou dramaticamente em 3x2.

Neymar usou esta máscara e foi expulso. Promessa de drama no jogo seguinte.
Já o dia 14 de abril de 2011 foi mágico. Além de ser o aniversário de 99 anos de um dos clubes mais tradicionais do mundo, o jogo no Paraguai ganhou contornos de filme de Hollywood: estádio lotado, torcida contra, o time sem o ataque titular (Neymar e Zé Eduardo suspensos), e a estréia de um treinador que, segundo "especialistas em futebol", nunca ganharia a Libertadores. Mas quis o destino que aquela partida fosse o início de uma nova era: o sistema defensivo passou a ser uma arma, e não mais um ponto fraco; o artilheiro, Nanni, nem viu a cor da bola; Arouca, Durval e Rafael mostraram todo o seu talento, e deixaram o time mais despreocupado em atacar; Danilo, até então contestado no meio campo, acertou um belo chute e fez golaço da intermediária, desestabilizando o líder do Grupo 05; Maikon Leite fez o segundo, e perdeu inúmeros outros gols; isso sem falar que Ganso foi um maestro no meio campo, e deu um show pra os paraguaios e mundo inteiro ver.

Arouca foi fundamental no jogo contra o Cerro
O jogo do dia 20 de abril de 2011 foi apenas para consolidar a arrancada alvinegra rumo às oitavas. A vitória de 3x1 sobre o Deportivo Táchira foi assistida por 37 mil torcedores apaixonados, que jamais abandonaram o Santos. Com a classificação assegurada, o América do México seria uma possível pedra no sapato, já que o time mexicano havia eliminado o Peixe em 2008. Com um belo gol de Ganso no primeiro jogo, e uma exibição de gala do goleiro Rafael em Querétaro, que simplesmente pegou "até pensamento", o time santista seria o único brasileiro a avançar para as quartas de final, já que os "favoritos" não corresponderam em campo.



Rafael foi decisivo no México
O Once Caldas engrossou o caldo (desculpem o trocadilho), mas não parou o talento dos Meninos da Vila. Uma vitória importantíssima na Colômbia, com gol de Alan Patrick, e um empate com direito a pênalti perdido de Neymar, o Santos avançou e enfrentaria de novo o Cerro Porteño nas semifinais. Com gol de Dracena, o time venceu a primeira partida e deu outro show no Paraguai. Zé Eduardo foi fundamental ao abrir o placar logo no início, o que obrigaria ao Cerro ter que fazer dois gols de diferença para se classificar. Neymar foi decisivo, forçou o erro do goleiro Barreto no segundo gol e ainda fez o terceiro. O time ainda sofreria o empate, mas chegou com tudo na grande final, uma reedição da final de 1962. O primeiro jogo no Uruguai foi nervoso, com direito a gol anulado do Peñarol e muito drama, mas o empate em 0x0 foi um bom resultado. 

O "Mar Branco" seria decisivo para o Tri da Libertadores
Dia 22 de junho de 2011 amanheceu e todos os santistas já sabiam que essa data entraria para a história. E novamente saí de casa com a minha camisa do Santos, com o número 62 no lado esquerdo do peito. Sabia que iria dar sorte, sabia que comemoraria o título logo mais. Logo a camisa que lembra o primeiro título sobre o Peñarol. Soberba? Não, apenas a confiança no time do Santos, e na torcida santista que fez o Pacaembu virar um "Mar Branco". Adriano anulando o craque do Peñarol. Arouca um monstro nos desarmes e na saída de bola. Rafael sempre seguro no gol. A zaga firme, não dando chances ao ataque uruguaio. Ganso, mesmo voltando de contusão, foi o maestro do meio campo. Neymar sempre infernizando a defesa adversária, mesmo com a boa marcação uruguaia.



Ele comemora como Pelé, com o "Mar Branco" ao fundo. Imagem sensacional!
No começo do segundo tempo vimos uma pintura: Arouca recebeu a bola no meio campo, partiu com ela dominada, tabelou com Ganso (que devolveu de calcanhar) e tocou para Neymar fuzilar o goleiro Sosa. Um golaço, o início do Tri. Danilo faria o segundo, e daria a certeza do sonho sendo realizado, da história acontecendo na frente de nossos olhos. Mesmo com o gol contra de Durval, mesmo com nervosismo de uma final de Libertadores, o jogo acabou e todos os santistas puderam enfim gritar: TRICAMPEÃO!



Esse confronto está bem próximo de acontecer
Os mesmos críticos que eliminaram o Santos, que disseram que não havia mais chances, que o time não seria campeão, agora dizem que o Barcelona vai ganhar fácil do Peixe, que Messi é muito melhor que Neymar, que não há a mínima chance. Mas quero ver alguém convencer esse elenco disso, logo eles que gostam de contrariar a tudo e todos, logo eles que estão fazendo história. Parabéns Santos! Parabéns Muricy! Parabéns Santistas! Vamos Ser Tri... Tricampeões do Mundo Santos!

FICHA TÉCNICA:
SANTOS 2 X 1 PEÑAROL (URU)


Estádio: Pacaembu, São Paulo (SP)
Data/hora: 22/6/2011 - 21h50
Árbitro: Sergio Pezzotta (Fifa-ARG)
Auxiliares:  Ricardo Casas (ARG) e Hernán Maidana (ARG)
Renda/público: R$ 4.266.670 / 37.984 pagantes
Cartões amarelos: Neymar, Zé Eduardo (SAN); González, Corujo, Freitas (PEN)
GOLS: Neymar, 1'/2ºT (1-0); Danilo, 23'/2ºT (2-0); Durval (contra), 34'/2ºT (2-1)


SANTOS: Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro, 22'/2ºT); Adriano, Arouca, Elano e Paulo Henrique Ganso (Pará, aos 41'2ºT); Neymar e Zé Eduardo. Técnico: Muricy Ramalho.


PEÑAROL (URU): Sebastián Sosa, Alejandro González (Emiliano Albín, 32'/1ºT e Estoyanoff, aos 33'/2ºT), Carlos Valdez, Guillermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Nicolás Freitas, Luis Aguiar, Mathías Corujo, Matías Mier (Urretaviscaya 17'/2ºT), e Alejandro Martinuccio; Juan Manoel Olivera. Técnico: Diego Aguirre.


postado por @giovanisantana


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